quarta-feira, 27 de abril de 2011

acerca de mim .

Deambulo recordações sem as desfazer em pó. Construo castelos em cima de blocos de ar vazios, sem medo de os ver cair, mas às vezes ele acabam mesmo por cair e partir-se e no fim fica somente a lembrança de alguma coisa. Brinco com as estrelas, e sozinha faço desenhos no céu, trocando as estrelas e juntando os planetas numa única e só constelação. Uso as palavras como porto de abrigo, quando a ausência da presença física já não me pode destruir mais, quando os sonhos já não podem passar mais disso e quando a única coisa que me resta, nesta monotonia quase etérea e celestial, é isto. Isto que não é um poema, porque eu não faço poesia, eu escrevo cartas. Faço da minha vida uma sala fechada, por medo de a ver cheia e depois vazia e só dou - no máximo - metade de mim a quem quer que seja. A outra metade reservo-a, dentro de uma caixa, para quando não tiver mais nada, para quando a única coisa que me restar for apenas saudades do passado que não conjuguei e do futuro que não terei. Ao contrário do que acontecia antigamente, não tenho medo de morrer. Sei que deve de existir um sítio perfeito, onde vão parar as coisas mais bonitas, mas que se perderam e a única coisa que eu sei, é que o silêncio que eu agora oiço é o bater do meu coração, mas não faz mal, eu nunca me importei de ficar sozinha. Ando aqui, nesta calma e tranquilidade a apanhar os bocadinhos do meu coração que se partiram, ando aqui, sem me importar, sou a pobre ceifeira inconsciente, sou, encolho os ombros e colo uns pedaços aos outros, mesmo com falhas e buracos. E, no fim tudo acaba em silêncio e poesia. *

quinta-feira, 21 de abril de 2011

a minha felicidade está nas pequenas lembranças rotineiras que me fazem sentir que nada poderia ter sido de outra maneira *

domingo, 10 de abril de 2011

sábado, 9 de abril de 2011

há quem, simplesmente, banalize a palavra "amo-te". eu, porém, nem a uso.

domingo, 3 de abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Gostava de dizer à Catarina Magalhães, que ela é feita de magia e de pózinhos mágicos. Tem duas estrelas, em vez de olhos, tem asas, como os anjos, e cheira a algodão doce e a gomas. Não consigo encontrar aqui, em meia dúzia de minutos, as palavras certas, mas não desisto só porque os dicionários se fecharam dentro da minha cabeça, como por magia. Também, se for possível, gostava de lhe dizer que é sempre bom tê-la aqui, e isto pode parecer, no mínimo, irrelevante, mas para mim é importante dizê-lo. A Catarina é uma flor, e um dia destes vamos construir um buraquinho pequenino numa árvore, onde só caberemos nós duas, e vamos para um mundo à parte, e a história vai-se chamar "bé e catarina, no país da felicidade"; ou, um dia, vamos roubar uma nave a um astronauta e vamos visitar os meteoros, as estrelas, os planetas, e passear pela galáxia. E, mesmo que toda a gente se ria de nós, eu tenho a certeza, que se fechar os olhos e imaginar, a catarina vem comigo, porque a catarina é mágica, e não se importa de brincar ao fingir que é verdade comigo, por isso é que eu a adoro.

(bé)